Não nego que sou estranha;
Confesso o meu capricho.
Sou elétrica, meiga, cheia de manha,
E não faço segredo disso.
Se eu te cativar, meu jovem,
Não te liberto nem tão cedo.
É bom, que disto estás avisado;
Sou muito matreira.
Se não tomas cuidado,
Aviso-te de outra maneira.
Se nem assim te advertes,
Tornar-te-ei um ser inerte.
Tenhais cuidado, meu senhor,
Não sou quem imaginas;
Tornei-me borboleta do amor
Em forma de menina.
Tenhais cuidado
Pois disto já o tenho avisado.
(Homenagem à Carolina e Augusto, protagonistas de A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.)
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